quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pós-jogo: Ponte Preta 2x0 Corinthians

Campeonato Brasileiro 2013 – 22ª rodada

Torcer para o Corinthians é algo diferente. Bons resultados às vezes não bastam para nos satisfazermos e nem sempre derrotas são encaradas negativamente por nós. O que importa é jogar com o coração, com raça, dar o sangue em campo, se esforçar SEMPRE, atuando como se todo lance ao longo de 90 minutos fosse o último da vida de quem está em campo. Mas, como podemos ver no momento atual do clube, nem sempre isso acontece.

Jamais tive vergonha de ser corinthiano. Tive, confesso, vergonha de alguns que vestiram a camisa do Corinthians e de outros envolvidos no comando do clube ao longo dos anos. Mas de ser corinthiano, e do Corinthians em si, que é o que importa, jamais.

Nem mesmo em 2007, ano de nosso rebaixamento e nossa maior crise em todos os tempos. Naquela época, vergonha era ter no elenco caras sem o mínimo de comprometimento e respeito com o clube. Jogando com Zelão, Fábio Ferreira e Lulinha, o rebaixamento foi consequência.

O Corinthians é tão diferente do resto das equipes que algumas vezes vivemos momentos vitoriosos mas não temos o menor orgulho de quem nos representa ali. Alguém tem saudades do elenco campeão brasileiro em 2005, por exemplo? Pra quem se acostumou com deuses da raça como Idário, Zé Maria e Wilson Mano, dá pra aceitar chinelinhos como Roger, Gustavo Nery e Carlos Alberto, que atuavam no clube naquela época?

Atualmente vivemos uma situação parecida, mas ao mesmo tempo inédita. A vontade é de protestar e exigir a saída de pelo menos metade do elenco, incluindo o treinador, mas todos nós, há poucos meses, tínhamos a sensação de que nosso técnico era genial, que Romarinho era um iluminado, que Emerson era a personificação da vontade corinthiana em campo, que Danilo era o jogador mais decisivo do país etc. etc. etc. Como pode a realidade se alterar tanto em tão pouco tempo? Como pode o atual campeão do mundo se aproximar cada vez mais da zona de rebaixamento em um campeonato de nível técnico baixíssimo? Como pode um ataque que vale quase 50 milhões ter média de 1 gol por partida? Como pode a defesa mais elogiada dos últimos anos ceder gols imbecis a qualquer equipe de Zé Ruelas que nos enfrente? É revoltante.

É revoltante especialmente porque os salários, altíssimos, estão em dia; porque a estrutura é de primeiro mundo; porque as condições de trabalho são as melhores possíveis. É revoltante porque o discurso de jogadores e comissão técnica após cada vacilo, assim como o (medíocre) futebol apresentado, é sempre o mesmo. É revoltante porque os objetivos do Corinthians na temporada vão ficando a cada dia menos dignos da grandeza do clube: em fevereiro buscava-se o bi da Libertadores; hoje, a 19 pontos do líder, já desistimos do hexa brasileiro, nos afastamos do G4, vemos nossas chances no Brasileirão por um binóculo e em breve lutaremos para não cair – fora a Copa do Brasil que, convenhamos, não iremos vencer. Mas é mais revoltante ainda por sabermos que todo mundo que está ali pode render mais, e embora o discurso seja sempre de que "não falta vontade", os caras se arrastam em campo. Sempre sai uma nota, após cada partida, dizendo que o clima no vestiário era de velório. E no jogo seguinte, alguém faz alguma coisa? Alguém move um palito pra alterar a situação?

Ah, a revolta é tamanha que não comentamos a partida de ontem: mais uma derrota vergonhosa e um desempenho pífio. Dessa vez, quem nos deu um baile foi a Ponte Preta, vice-lanterna e virtual rebaixada para a Série B – equipe que não ganhava há 8 jogos e acumulava 7 derrotas seguidas até semana passada.

Parabéns, Corinthians.

Veja os gols no vídeo:

           

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